3.2.07

BRINDE


(…)
Estendo as mãos para além, mas ao estendê-las já vejo
Que não é aquilo que quero aquilo que desejo…
(…)

(Fernando Pessoa, Impressões do Crepúsculo, II, 29.III.1913,
Ficções do Interlúdio 1914-1935)




(…)
E é sempre melhor o impreciso que embala do que o certo que basta,
Porque o que basta acaba onde basta, e onde acaba não basta,
E nada o que se pareça com isso devia ser o sentido da vida…
(…)

(Fernando Pessoa, A Casa Branca Nau Preta,
Ficções do Interlúdio 1914-1935)




(…)
Pouco usamos do pouco que mal temos.
(…)

(Ricardo Reis, Odes, XX,
Ficções do Interlúdio 1914-1935)




(…)
Não tenho ambições nem desejos.
Ser poeta não é uma ambição minha.
É a minha maneira de estar sozinho.

(…)

(Alberto Caeiro, O guardador de Rebanhos, 1911-1912, I,
Ficções do Interlúdio 1914-1935)




(…)
Cortei a laranja em duas, e as duas partes não podiam ficar iguais.
Para qual fui injusto – eu, que as vou comer a ambas?

(Alberto Caeiro, Poemas Inconjuntos 1913-1915, Ontem o pregador de verdades dele,
Ficções do Interlúdio 1914-1935)





FAVA

Esta pérola chegou-me já há algum tempo por e-mail. Como achei que era das raras, decidi guardar; daria uma bela jóia um dia mais tarde :) E aqui está ela!



2 comentários:

Susana Alves disse...

Adoro as sententiae de Séneca. Pessoa e Co. também têm das boas, por isso decidi fazer uma pequena compilação.
Há poemas que na sua totalidade dizem pouco, mas quando passamos por certos versos parecem iluminados e aí ficamos um pouco mais...

Ricardo disse...

Eu só acho que com esta descrição da casa, Eça de Queirós e a descrição do Ramalhete ficaram para trás...